sexta-feira, 29 de junho de 2012

Paris, a primeira vez ninguém esquece

Por favor me perdoem os ufanistas brasileiros, mas sou admiradora da França e mais especificamente de Paris. Adoro o Brasil, que tem lugares maravilhosos. Tenho que confessar que conheço poucos deles. Mas sou uma pessoa urbana, gosto de cidade.
Em tempos de muitos novos viajadores, gostaria de dividir algumas experiências e estimular quem está pensando em ir pela primeira vez ao exterior.
Na minha lua-de-mel, em 1986, a viagem foi pelo sul do Brasil, transportados de ônibus pela finada Soletur (lembram?). Era onde o orçamento podia nos levar. E foi maravilhoso!
Dez anos depois, conseguimos juntar uns trocados (poucos, diga-se) e nos aventuramos a realizar um sonho comum ao casal: a primeira viagem internacional. A primeira cidade: Paris.
Nunca vou me esquecer da estranha sensação que tive ao sair do aeroporto de Orly, pegar um ônibus e saltar no meio de um movimentado bairro em busca do endereço do hotel: uma imensa vontade de pegar o primeiro avião de volta para casa. Medo mesmo, confesso! Muitos anos depois, meu marido disse que teve a mesma sensação mas, como eu, ficou calado.
Vencida a barreira inicial da dificuldade do idioma, começamos a aproveitar a viagem. Largamos as malas no minúsculo quarto do hotel Ibis Cambronne e fomos a pé para a Torre Eiffel. Primeiro desejo atingido com muita emoção! Veja a foto que tirei lá em cima da torre, com o Campo de Marte e a Torre Montparnasse ao fundo.

Paris, maio/1996
O café da manhã estava garantido no hotel (naquela época era incluído na diária). Como os recur$o$ eram poucos e controlados na ponta do lápis, era almoço ou jantar. A terceira refeição era só um pequeno lanche, geralmente uma baguette au fromage, ou, simplemeste pão com queijo. Não tenho nenhuma vergonha de dizer isto, pois alguns sacrifícios eram necessários para realizar nosso sonho de conhecer outros países. Às vezes o almoço era um sanduíche McDonald's.
Lembro que passei em frente ao restaurante Le Procope e tive muita vontade de entrar, mas o cardápio na porta, embora não fosse dos mais caros, me alertou que aquela não era a hora certa. O restaurante é conhecido como o mais antigo da França, fundado em 1686. Fica no charmoso bairro Saint-Germain-des-Prés, onde também há vários outros cafés/restaurantes famosos. Quanta história e quanta gente interessante passaram por ali! E eu só na porta...

 
Fachada do Le Procope
 Tínhamos apenas quatro dias por lá antes de seguirmos a viagem, que era do tipo cinco países em vinte e dois dias. Haja fôlego! A gente não sabia se ia poder voltar lá e tinha que extrair o máximo daqueles dias de férias. Ao todo percorremos 4.200 km de carro. Fora o que andamos a pé!
No segundo dia, andamos feito loucos pelos principais pontos turísticos, matéria obrigatória para viajantes de primeira viagem. Arco do Triunfo, Champs-Élysées, Jardim de Tuileries, Museu do Louvre (só por fora), Catedral de Notre Dame, Museu Les Invalides (onde está sepultado Napoleão Bonaparte), Jardim de Luxemburgo. Ô correria! À noite fomos ao passeio de Bateaux Mouche no Rio Sena. Pense num programa turístico que vale a pena! É linda Paris à noite!
Deixa eu contar um lance engraçado. Por insistência de meus sogros (e o devido aporte financeiro para tal  insistência, ou seja, evento bancado por eles) naquela mesma noite tivemos que ir ao espetáculo do Lido, bem para turista ver. Quase dormi! Estava tão cansada da romaria diurna!
No terceiro dia, ávidos por acumular "lugares" no diário de bordo, fomos ao Palácio de Versailles. Não sei se voltarei lá um dia, mas é um passeio também obrigatório para estreantes internacionais. Tivemos sorte, pois naquele dia era a inauguração das fontes ao redor do palácio, que só funcionam na primavera e no verão. E o dia estava lindo, com bastante sol e frio.
Palácio de Versailles, maio/1996
Fontes do Palácio de Versailles, maio/1996
O quarto dia era para ver o que ainda não tinha dado tempo. E a gente acha que pode ver TUDO em quatro dias. Dali seguimos de carro para Strasbourg, na fronteira com a Alemanha. Falarei de lá em outro dia, tá?
Sabe o Le Procope? A língua está aqui coçando para dizer! Fui lá na viagem seguinte, em maio/1998. Com direito a jantar com vinho e tudo mais! Comi um coelho com mostarda inesquecível, pelo sabor e pela experiência. E a sobremesa foi na Maison Berthillon, da qual já falei aqui. Fomos caminhando até lá e depois de volta ao hotel, tudo bem pertinho. Olha só a cara de satisfação (e já depois do vinho)!
Le Procope, maio/1998
Realizar sonhos é bom demais!!!! E quem não sonha, morre aos poucos, dizem os sábios...
Boa próxima viagem!
AB

2 comentários:

  1. Ana, estou amando seu blog! Uma delícia a leitura.. Compartilho muitas idéias e sonhos com você. Laise

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  2. Que bom que você gosta!!! Fico feliz em saber! Venha sempre por aqui.
    Beijos,
    AB

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